sexta-feira, 13 de março de 2009

Divindade Feminina... Quem é Ela?

Quem é Ela?
Ela é uma jovem
de olhos brilhantes
sem medo no coração!
Ela traz o amanhecer...

Quem é Ela?
Ela é jovem...
O sonho ousado
que caminha só...
Ela caminha só,
Crescente de prata,
Amada Donzela
Jovem, venha?

Quem é Ela?
Ela é a amante!
Seus ossos e sangue
simbolizam a Terra...
É Ela quem nos sustenta!

Quem é Ela?
Ela é a amante
e a bondade que jamais falha!
Ela caminha sobre o poder,
Abençoada Lua Cheia,
Sagrada Senhora
Mãe, venha?

Quem é Ela,
Ela é Velha...
Que sobrevive
além do medo,
sorrindo bem do alto...

Quem é Ela?
Ela é a Velha
amável e sábia
que conduz a vida...
Ela conduz a sua vida!
Dourada minguante
Honrada Anciã,
Velha, Venha?

Quem é Ela?


A adoração à Divindade Feminina foi a primeira Religião estabelecida pelos seres humanos. Muitas evidências arqueológicas, que incluíam estátuas, amuletos, cerâmicas, pinturas nas cavernas e outras imagens indicando a veneração à uma Divindade Feminina foram descobertas, comprovando a existência de um culto primordial, no qual uma Divindade Criadora Feminina era adorada.
Merlin Stone, em "When God was a Woman" (Quando Deus era uma Mulher), relata:
"Arqueólogos localizaram evidências de adoração à uma Divindade Feminina antes das comunidades do período Neolítico, cerca de 7000 a.C.; Algumas das esculturas datam do Paleolítico Superior, cerca de 25000 a.C.. Desde as origens Neolíticas, sua existência foi comprovada repetidamente até os tempos romanos."
A evidência mais convincente de adoração à uma Divindade Feminina vem de numerosas esculturas de mulheres grávidas com seios, quadris, coxas, nádegas e vulvas de dimensões exageradas. Essas imagens foram intituladas pelos arqueólogos como estatuetas de Vênus, ou ídolos do culto à Grande Mãe. Elas são feitas de pedra, osso, barro e foram descobertas perto dos restos de paredes das primeiras habitações humanas. Estas estátuas foram encontradas na Espanha, França, Alemanha, Áustria, Checoslováquia e Rússia e parecem ter pelo menos 10 mil anos. Tais esculturas não significam meras decorações das pessoas que as criaram, mas são, sim, objetos profundamente importantes porque representam o meio pelo qual os seres humanos se expressavam antes mesmo de começarem a utilizar a fala.
A arte, através da história, sempre revelou o que as culturas valorizavam e o conhecimento que tentavam passar às gerações futuras. Claramente o parto, a maternidade e a sexualidade feminina eram considerados sagrados. Isso nos mostra que essas culturas tiveram pouco ou nenhum conhecimento do papel do homem na reprodução. Para todos, a mulher concebia o bebê por ela mesma. Sexo não era associado com o parto, e as mulheres foram consideradas as doadoras exclusivas da vida. Até hoje, algumas culturas antigas e isoladas acreditam que o homem não tem participação nenhuma na concepção. Além disso, como o conceito de paternidade ainda não tinha sido entendido, as crianças só pertenciam às mães e à comunidade. Crianças "ilegítimas" não existiam.
As crianças levavam o nome de suas mães e a família descendia pela linhagem materna. Esta estrutura social, baseada na afinidade feminina, é chamada de "matrilinear" e ainda existe em algumas partes da África, Índia, Melanésia e Micronésia. As culturas primitivas eram freqüentemente matrifocais, ou seja, quando uma mulher casava, o marido ia morar com a família da esposa, em vez de a mulher ser desarraigada e se mudar para a casa da família do marido. Isto significa que as mulheres detiveram todo o poder e o status da mulher na sociedade teria sido certamente cada vez mais alto, não fosse a queda matrilinear. Em um determinado momento da história a Divindade Feminina foi caçada, desmerecida, descaracterizada, humilhada proposital e buliçosamente pela Era Cristã, tendo sua real divindade guardada secretamente até hoje e durante séculos, por SS´s e adjascentes. Se não fosse o domínio patriarcal da sociedade e da religião, as mulheres jamais teriam sido totalmente dependentes dos homens e consideradas suas propriedades. A importância da virgindade e os castigos por adultério não teriam existido, pois eles fazem parte de conceitos patrilineares, em que a paternidade é mais estimada que a maternidade.
A adoração à uma Divindade Feminina nas culturas antigas incluía o papel principal das mulheres nos trabalhos religiosos e nas celebrações sagradas. As mulheres eram as grandes Sacerdotisas, Adivinhas, Parteiras, Poetisas e Curandeiras. Elas presidiam templos erguidos somente a Deusas como Ishtar, Ísis, Brigit, Ártemis e Diana, que estão entre as mais populares.
Do envolvimento das mulheres com a religião vieram muitos avanços, como o conhecimento do poder das ervas, que curavam os doentes e aliviavam a dor do parto, até o primeiro calendário, o calendário lunar, que foi utilizado por muito tempo e que pode ter-se originado no procedimento de mulheres que observavam seus ciclos menstruais e os comparavam com os ciclos da Lua. O Calendário Gregoriano, formato que seguimos nos dias de hoje, possui traços, características que remetem ao ciclo menstrual feminino. Além da astronomia, as mulheres desenvolveram também os idiomas, a agricultura, a culinária, a cerâmica e muito mais.
As contribuições das mulheres para as culturas humanas são inúmeras e nunca tiveram o devido crédito e valor. A Divindade Feminina teve grande popularidade e proeminência até que as religiões patriarcais, como Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, entre outras, silenciaram-na. A mudança para o patriarcado foi gradual e procedeu de uma reformulação nos sistemas de parentesco que se tornou de matrilinear a patrilinear. A ênfase na paternidade e no homem é clara e evidente nas principais religiões praticadas até hoje. A relação de pai/filho e Deus/Jesus é a chave do Cristianismo, embora a figura da mãe tenha conseguido persistir, aparecendo no Catolicismo na figura de Maria,
que subjetivamente é chamada de "A Mãe de Deus".
Outro fator relativo à ascensão das religiões patriarcais foi a ênfase às ditaduras militares, que aumentaram o culto aos Deuses guerreiros.
Esther Harding, em "Women's Mysteries" (Mistérios das Mulheres) expõe: "A subida do poder masculino e da sociedade patriarcal provavelmente começou quando o homem passou a acumular bens e prosperidade, o que não é comunitário, e achou que a sua força pessoal e coragem pudessem aumentar suas posses e riquezas. Esta mudança de poder secular coincidiu com a subida da adoração ao Sol sob um sacerdócio masculino que começou a substituir os muitos cultos à Lua realizados desde tempos imemoráveis." Assim, como os homens ganharam poder sobre as mulheres e o masculino se tornou a Grande Divindade, o Sagrado Feminino passou a ser reconhecido cada vez menos.
A ausência do culto à Divindade Feminina trouxe guerras, crimes, regras e tirania. A Divindade Feminina é a Divindade Suprema adorada nas práticas Pagãs. Ela foi adorada ao redor do mundo por milhares de anos, até ser silenciada através das religiões patriarcais. Adorações à Divindade Feminina e seus cultos ressurgiram e contam com grande adoração, contemplação e estudos filosóficos entre:

- Feministas, que buscam uma dimensão espiritual para as suas causas políticas;
- Aqueles que se interessam pelas religiões antigas,
abrangendo aqui todas as manifestações Pagãs;
- Mulheres e homens comuns que sentem que algo está se perdendo
nas proeminentes religiões organizadas de hoje;
- Intelectuais, Estudiosos, Profissionais Liberais, muitos ocupando posições sociais formadoras de opinião, todos pertencentes à grupos que guardam, preservam e defendem os grandes segredos da Divindade Feminina!

É difícil definir a Divindade Feminina em alguns parágrafos, mas a versatilidade é uma de Suas características mais interessantes. Para alguns Ela é a única Divindade existente.
A Divindade Feminina não é necessariamente vista como uma pessoa, mas uma força multifacetada de energia que se expressa em uma variedade de formas e pode ter inúmeros nomes diferentes.
Ela foi chamada Ishtar, Astarte, Inanna, Lilith, Ísis, Maat, Brigit, Cerridwen, Gaia, Deméter, Danu, Arianhod, Ceridwen, Afrodite, Vênus, Ártemis, Athena, Kali, Lakshmi, Kuan, Yi, Pele e Mary, entre muitos outros nomes e, recentemente em um best-seller, seus predicados foram apontados à Maria Madalena. À Divindade Feminina foram atribuídos muitos símbolos, como serpentes, pássaros, a Lua e a Terra.
A Divindade Feminina é a Criadora de todas as coisas e, ao mesmo tempo, a Transformadora.
Tudo vem Dela e tudo retornará à Ela.
A Divindade Feminina, que pessoalmente me refiro como "A Providência", está contida em tudo e se revela no Universo, nas Galáxias, na Terra, nos céus, no mar, em cada botão de flor, em cada pingo d'água e em cada grão de areia. A Providência não é um Ser distante e intocável, mas sim uma Divindade que está aqui conosco, vive e se manifesta em cada um de nós, em tudo e em todos!
Ela é a Virgem, a Mãe e a Anciã...
Ela é a Força Criadora... não importa sua religião!
Ela é você, Ela é eu, Ela é tudo e todos!
NAMASTE!

2 C O M E N T Á R I O (S)

Anônimo disse...

Pois é!
Eu já ouvi falar sobre
uma Força Divina Feminina!
Mulheres no comando...rs
Belo Artigo!
Beijo... Kamilla!

Ana Luisa Cordeiro disse...

Também pesquiso sobre divindades femininas, e fiquei muito feliz de encontrar este texto...
Com certeza a supressão e negativização das divindades femininas ao longo da história não foi nada saudável, pra o cosmos como um todo.
Bjokas

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